Receitinha
Se não me engano era assim
Abrir a geladeira
Ficar olhando
Para base da massa o mais comum é vontade despretensiosa de tocar o indizível
- Uma inspiração do outro continente
- E outro conterraníssimo
Um pouco de identidade é sempre bom
Como alho
- Drogas ilícitas (opcional)
- Cama ociosa (a gosto)
- Dor de aguda
- E de grave
- Paixão de carnaval
- Solidão
- Doutorado em lua
- Um radinho com pilha infinita
- Sobrenome
Mas caso não houver pode-se inventar um, costumam ficar ótimos
- E o palmito, claro
Misturar ao acaso tudo, quanto mais aleatório melhor
Com exceção do radinho
Este coloca-se a tocar enquanto a massa cresce
É preciso paciência com muitos versos ruins que vão decantando
E podem ser levados a uma composteira se houver
No forno, o máximo de quentura e por tempo que se demore
É o tipo de receita que crua não vale a pena
Voilá
Torta de palmito com poeta
Serve de uma a infinitas pessoas, a depender dos degustadores